No dia 13 de junho de 1999, o Papa São João Paulo II,
quando de sua viagem apostólica à Polônia, beatificou 108 mártires poloneses da
Segunda Guerra Mundial, vítimas da perseguição nazista. No grupo, no qual se
encontram três bispos, 52 sacerdotes diocesanos, 26 religiosos sacerdotes, oito
irmãos religiosos, oito religiosas, nove leigos e dois seminaristas,
encontrava-se um Carmelita Descalço, frei Afonso Maria do Espírito Santo
(Mazurek).
Nascido no dia 1º de março de 1891, em
Baranówka, na Polônia, ingressou no Carmelo Descalço em Wadowice, no ano de
1908. Fez sua profissão solene em 1912. A partir de 1914, prosseguiu seus estudos
na Áustria, por causa da guerra. Ordenou-se sacerdote em Viena, no dia 16 de
julho de 1916. Até 1930 dedicou-se à formação inicial dos futuros religiosos
carmelitas no Seminário Menor de Wadowice. Eleito Prior do convento de Czerna,
cumpriu esta missão até ser executado pelos nazistas.
O Martírio
Quase ao final
da segunda guerra mundial, em agosto de 1944, aumentaram a hostilidade dos
nazistas e suas perseguições na Polônia. Os Carmelitas do convento de Czerna
sofreram na pele a violência daqueles que ocupavam o território polonês desde
1939.
Em 24 de agosto de 1944, o noviço Frei Francisco
Powiertowski foi fuzilado. Quatro dias depois, o comando militar nazista invade
o convento, obrigando os religiosos a dirigir-se à aldeia de Rudawa, a cerca de
dez quilômetros, para escavar trincheiras. O prior, Frei Afonso Maria, foi
separado dos confrades e obrigado a subir em um carro dos militares, sendo logo
brutalmente torturado e maltratado por eles. Três quilômetros antes de chegar a
Krzeszowice, o carro onde se encontrava Frei
Afonso desviou-se para uma estrada secundária, nas imediações do povoado de
Nawojowa Góra. O automóvel parou em um prado e o Padre foi obrigado a descer e
a caminhar. Em seguida dois soldados chamaram-no aos gritos. Quando ele
voltou-se para atendê-los dispararam sobre ele. Frei Afonso caiu ao chão. Os
assassinos aproximaram-se dele e ao constatarem que ainda vivia encheram sua
boca de terra. Ferido e desfalecido foi conduzido numa carroça ao cemitério de
Rudawa, distante a três quilômetros. Os Carmelitas, que se dirigiam para as
escavações em Czerna, encontraram a carroça no caminho e descobriram Frei
Afonso moribundo. Um dos sacerdotes ainda pôde-se ministrar-lhe a absolvição.
Era o dia 28 de agosto, vigília da memória litúrgica do martírio de São João
Batista, de quem o Carmelita era grande devoto.
No dia 2 de setembro de 1945, a comunidade de
Czerna ergueu um monumento do local da execução. Na epígrafe expressou a
certeza de seu martírio, apresentando-o como um dom de amor: "Venceste com a vitória de
Deus...".
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Reconhecimento canônico dos restos mortais do então Servo de Deus Frei Afonso Mazurek |
Em 1976, durante o regime comunista na Polônia, foi
celebrada uma missa junto ao monumento, com a participação de grande número de
fiéis, que pediam ao governo permissão para ali construir uma igreja. A
permissão foi concedida. Um carmelita,
que testemunhou o martírio de Frei Afonso, assim declarou: "Para mim, o Servo de Deus é um mártir. Não havia nenhum motivo
para ser fuzilado. Meus conhecidos de Czerna e arredores são da mesma
opinião... Foi um religioso exemplar, um homem de fé profunda. O martírio foi o
coroamento de sua vida".
Bem-aventurado Afonso Mazurek, rogai por nós!
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