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Depois de ordenado sacerdote,
foi nomeado pregador da Ordem, ocupando ainda vários cargos como os
de prior e definidor da Província de Castela, a que pertencia. Era
duro consigo mesmo, mas cheio de compreensão para com os outros.
Pretendeu ser missionário no México, mas o seu estado de saúde não
lho permitiu, apesar de ter começado a viagem, em 1547.
Quando era superior do convento
de Valladolid, foi nomeado pregador real do imperador Carlos V,
depois também de Filipe II, tendo, por esse motivo, transferido a
sua residência de Valladolid para Madrid, pois a sede da corte
também fora transferida para esta Cidade. Estava-se em 1560. Passou
a viver no convento agostiniano, conhecido com o nome de São Filipe,
o Real.
Dotado de uma extraordinária
popularidade mesmo nos ambientes mais diversos, conseguia
aproximar-se de todos, sem distinção. Mereceu a estima do Rei, dos
nobres e de grandes personagens da época. A Infanta Isabel Clara
Eugênia deixou o seu testemunho favorável no processo de
canonização; os escritores Francisco de Quevedo e Lope de Vega
fizeram o mesmo.

Apesar de ter fama de uma vida
de santidade, pelo que o chamavam "o santo de São Filipe",
ele não se sentia confirmado na graça, nem experimentou a vida como
um mar de rosas. Com os escrúpulos a atormentarem-lhe o espírito,
sentiu fortemente a tentação de abandonar a vida religiosa no
período da sua formação; sentiu os atrativos do amor natural, da
liberdade, a dificuldade da solidão e o temor das asperezas da vida
religiosa.
Escreveu várias obras em língua
latina e na castelhana, distinguido-se: Vergel de Oración e Monte
de Contemplación, (1544), Desposorio espiritual (1551),
Las siete palabras de la Virgen (1556), Bonum certamen
(1562), Arte de amar a Dios e al próximo (1568), La
corona de Nuestra Señora (1588). Os seus escritos de carácter
ascético-místico ressentem-se da sensibilidade da contra-reforma,
própria da época, e neles são abundantes as expressões afetivas.
Grande devoto de Maria, sentia-se impelido por Ela a escrever.
Dedicou-se, de modo particular,
a espalhar o seu amor pela Ordem em que professara, interessou-se
pela sua história e espiritualidade, compondo várias obras sobre
esses temas: "Instruções para os religiosos", um
"Comentário à Regra" e a "Crônica do
Glorioso padre e doutor Santo Agostinho, dos santos e beatos e dos
doutores da Ordem" são exemplos disso. Renunciou a todos os
privilégios que podia auferir da sua posição de pregador régio,
participando assiduamente nos atos da comunidade e tendo o
comportamento de um simples frade. Fundou ainda dois conventos de
agostinianos e três de monjas agostinianas de clausura, transmitindo
a todos um testemunho de amor pela vida contemplativa.
Morreu em Madrid a 19 de
Setembro de 1591, no Colégio de D. Maria de Aragão, que ele próprio
fundara. Foi beatificado por Leão XIII em 1882. Os seus restos
mortais conservam-se incorruptos no Mosteiro das Agostinianas em Madrid, chamado
do Beato Afonso de Orozco. Foi canonizado por São João Paulo II em
2003.
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