Primeiro texto biográfico
Natural de Montesegradi
(Itália), filha de pais pobres, mas honestos e piedosos, nasceu Zita em 1212 e,
graças à sólida educação que recebeu na casa paterna, bem cedo seguiu o caminho
da virtude e da perfeição cristã. Zita era uma menina, por sua mansidão e
modéstia de todos querida. Educada no
santo temor de Deus, pouco falava, tanto mais trabalhando e conservando sua
alma em constante recolhimento. Tendo doze anos, se empregou na casa de um
nobre, senhor de nome Pagano di Fatineli, que residia perto da igreja de São
Fridigiano, na cidade de Luca. Bem cedo, antes dos outros levantarem-se, ia à
igreja assistir à missa. À hora marcada infalivelmente se achava no seu
trabalho. 48 anos serviu Zita àquela família, sempre com a mesma pontualidade e
dedicação.
"Quatro são
as principais qualidades, que uma empregada deve ter - costumava ela dizer: temor de Deus, obediência, fidelidade e
amor ao trabalho". Zita possuía todos estes predicados no mais
alto grau.
O que nela mais
se admirava, era a paciência e o bom humor, que a acompanhavam em toda a parte,
e a submissão a seus patrões, mesmo nas condições mais difíceis. O tempo que
lhe restava de seus afazeres, empregava-o com orações e boa leitura, não
deixando nunca de elevar seu espírito a Deus também no meio do trabalho.
Zita fugia dos
divertimentos profanos; tanto maior era seu amor à oração e à penitência. O
jejum e as esmolas faziam parte de sua vida.
O cilício o tinha em uso constante, e para dar descanso ao corpo, o
leito era substituído por umas duras tábuas. Pessoas que a conheciam de perto
testemunharam terem-na visto freqüentes vezes em estado de êxtase.
Fatos admiráveis
e extraordinários em grande número provam com quanto agrado Deus olhava para as
obras de sua serva Zita. Certa vez, um mendigo pediu a esta um copo de vinho.
Zita, não dispondo de nenhuma gota desta bebida para servir ao pobre, foi com o
cântaro à fonte, e cheio deu-o ao mendigo. Este não pouco se admirou quando,
levando-o à boca, provou um vinho delicioso.
As frutas no
celeiro, a farinha na dispensa multiplicavam-se nas mãos de Zita todas as vezes
que, com licença dos patrões, tirava um tanto para seus pobres. Certa ocasião,
quando todos iam assistir à missa do galo na noite de Natal, fazendo um frio
intensíssimo, o patrão de Zita ofereceu-lhe sua pelúcia. Zita aceitou-a, mas para
dá-la a um pobre que tiritava de frio.
Disse-lhe, porém, que no fim da missa, devia restituir. Terminada a
missa o pobre não apareceu e Zita teve de voltar para casa sem a pelúcia e que
lhe importou forte censura do patrão.
Pelo meio dia à hora do jantar, veio o pobre, e com muitos
agradecimentos entregou a pelúcia retirando-se. O patrão ao ver isto, começou a
formar conceito mais elevado de sua empregada.
Jamais alguém a visto
encolerizado. Só se em sua presença alguém se atrevia a dizer uma palavra que
ofendesse a virtude angélica, Zita não continha sua indignação. A um jovem que menos respeitosamente se
atrevera a aproximar-se de sua pessoa com malícia, aplicou-lhe uma forte bofetada,
pondo imediato fim aos seus intentos.
Quanto Zita
chegou a completar sessenta anos, quiseram seus amos aliviá-la em seu trabalho,
a que a santa empregada se opôs.
Deus, porém, mandou-lhe
sinais indubitáveis de sua próxima morte.
Zita preparou-se então santamente para a última recepção dos santos
sacramentos. No dia 27 de abril de1272, sua alma voou para o Céu. Neste dia, apareceu sobre sua morada uma
estrela de brilho extraordinário. As crianças do lugar, vendo-a, exclamaram: "De certo morreu a Santa Zita, vamos
vê-la". Seu corpo foi
depositado na igreja de São Fridigiano.
No ano de 1580
foi aberto o túmulo e o corpo encontrado intacto. Muitos milagres foram registrados
no lugar de sua sepultura. Santa Zita foi canonizada pelo Papa Inocêncio
XII.
Reflexões:
A vida e o
exemplo de Santa Zita nos mostram que é possível santificar o mundo. Condição
indispensável para a perfeição cristã é que nós nos contentemos com a sorte que
Deus nos deu. A palavra de Cristo: "Meu
alimento é cumprir a vontade de meu Pai", deve ser lema de todos nós. Não
podem ser todos grandes senhores, sábios e poderosos; é preciso que haja
operários, empregados e jornaleiros.
Nem tudo convém a todos. Perante Deus
todas as profissões são boas e nenhuma há que se ache excluída do amor paternal
divino.
Que os humildes
e pobres não se esqueçam de que na humildade e na pobreza é mais fácil se santificar
do que na riqueza e em altas posições sociais.
Lê-se na vida de
Ganfredo, humilde e piedoso sacerdote do convento de São Bernardo, que
renunciou ao bispado de Dornik, que o Papa lhe oferecera. Depois de sua morte apareceu
a um amigo seu e disse-lhe: "Sou
feliz: estaria, porém, entre os condenados, se tivesse aceitado a dignidade episcopal".
(Fonte: Página
Oriente)
Segundo texto biográfico
Zita nasceu no
ano de 1218 em Montsagrati, aldeia próxima de Lucca, na Toscana, Itália. Sua
família era pobre, mas muito católica. Sua irmã mais velha tornou-se freira
cisterciense e seu tio Graziano era um eremita que a população local tinha como
santo.
Filha de camponeses tementes a Deus, sua
mãe, apesar de ser uma mulher muito sofrida e totalmente analfabeta, fazia
questão que Zita estudasse e para isso a incentivava dizendo que Deus teria
muito orgulho dela se pusesse afinco em seu estudo.
Aos 12 anos Zita tornou-se criada na
residência de um rico negociante de lã de Lucca, a oito quilômetros de sua
casa. Ela permaneceria com essa família pelos restantes 48 anos de sua vida. O
conselho que sua mãe lhe deu ao despedir-se dela foi este: “Em tuas ações e
palavras deves pensar: Isto agradará a Deus?” Foi um conselho que ajudou muito
a jovem a comportar-se bem.
O chefe da família, Pagano di Fatinelli,
tinha um temperamento violento e mandava com gritos e palavras muito
humilhantes. Todos os empregados protestavam por este trato tão rude, menos
Zita que tudo aceitava de boa vontade para assemelhar-se a Nosso Senhor que foi
humilhado e ultrajado.
A residência dos Fatinelli ficava próxima
da Igreja de São Frediano, na qual ela assistia a Santa Missa todos os dias.
Zita rezava muitas orações e ao mesmo tempo cuidava de seus deveres de criada
tão perfeitamente, que as outras empregadas a invejavam por sua abnegação no
trabalho e por sua bondade. De fato, seu trabalho era parte de sua religião.
Ela costumava dizer: “Uma criada não é santa se não estiver
ocupada; na nossa posição pessoa preguiçosa é santidade falsa”.
Para Zita seu emprego era um presente
divino pelo qual ela agradecia a Deus todos os dias. As outras empregadas a
humilhavam continuamente, porém Zita jamais respondia às suas ofensas nem
guardava rancor ou ressentimento. Os empregados não gostavam dela porque ela
demonstrava aversão às palavras grosseiras e às conversas imorais. Chamavam-na
de “beata”, porém, com o correr dos anos, todos se deram conta de que ela era
uma verdadeira santa.
Um homem quis desrespeitá-la em sua
castidade e ela o arranhou no rosto, o que o fez afastar-se. Entretanto, ele
foi ter com o dono da casa e a caluniou. O patrão insultou-a. Zita não disse
uma só palavra para defender-se, deixou que Deus se encarregasse de fazê-lo.
Depois se soube toda a verdade e o patrão arrependeu-se dos maus tratos que lhe
havia imposto. O seu apreço por aquela humilde criada cresceu enormemente.
No princípio seus patrões ficavam muito
irritados com suas generosas doações de alimento para os pobres, mas com o
tempo eles foram vencidos por sua paciência e afabilidade, e se tornou uma
amiga muito íntima deles. Eles a encarregaram de todos os assuntos domésticos.
Na sua posição de comando, ela a todos os empregados tratava com bondade. Ela
só era severa quando havia necessidade de combater algum vício entre os
criados.
Zita tinha total liberdade de fazer o seu
horário de trabalho, o que lhe permitia ocupar-se com visitas aos doentes e aos
encarcerados. Ela gastava o dinheiro que recebia por seu trabalho ajudando os
pobres. Dormia no chão, numa esteira, porque havia dado sua cama e colchão a
uma família muito necessitada.
Um dia, em pleno inverno, com vários graus
abaixo de zero, a senhora da casa lhe emprestou seu manto de lã para que ela
fosse à igreja ouvir Missa. Eis que na porta da igreja Zita encontra um pobre
tiritando de frio. Ela deixou o manto com ele, advertindo-o que devia
devolvê-lo depois da Missa, para que ela pudesse por sua vez devolvê-lo à sua
patroa. Ao sair da igreja não o encontrou: o pobre havia desaparecido... O Sr.
Fatinelli ficou furioso e a estava repreendendo quando um ancião bateu na porta
e devolveu o manto. As pessoas da cidade interpretaram que aquele ancião era um
Anjo, e desde então a porta de São Frediano é chamada “O Portal do Anjo”.
Numa época de grande escassez e fome, Zita
repartiu entre os mais pobres os grãos que havia na dispensa. Quando o
furibundo capataz da casa chegou para contar a quantidade de grãos que ainda
havia na dispensa, a Santa se pôs a rezar pedindo a Deus que a ajudasse. O
homem encontrou ali todos os grãos, não faltava nada.
Rapidamente espalhou-se em Lucca a notícia
de suas boas ações e das visões celestes com as quais Deus Nosso Senhor a
obsequiava. A ela também foram atribuídos vários milagres. Ela era muito
procurada por pessoas importantes.
Por ocasião de sua morte, em 27 de abril
de 1278, o povo aclamou-a Santa. A família Fatinelli, a quem servira toda a
vida, de joelhos a venera. Durante 48 anos trabalhou como criada, demonstrando
que qualquer ofício pode levar a uma grande santidade.
Tão venerada era Santa Zita após sua
morte, que tanto o poeta Fazio degli Uberti (Dittamonde, III, 6), quanto Dante
(Inferno, XI, 38) designam a cidade de Lucca simplesmente como “Santa Zita”.
O ofício em sua honra foi aprovado por
Leão X. Em 1580 seu túmulo foi descoberto na Igreja de São Frediano e quando
seu corpo foi exumado, 300 anos depois de sua morte, se conservava incorrupto
(1652). Foi sugerido então que o seu culto fosse aprovado solenemente. O Papa
Inocêncio XII a declarou Santa em 5 de setembro de 1696. Em 1748 seu nome
entrou para o Calendário Romano.
A mais remota biografia da Santa é
preservada num manuscrito anônimo pertencente à família Fatinelli, e foi
publicada em Ferrara no ano de 1688 pelo Mons. Fatinelli (“Vita beata Zita virginis Lucensis ex vetustissimo códice manuscripto
fideliter transumpta”). Para a publicação de uma “Vita e miracoli di S.
Zita vergine lucchese” (Lucca, 1752), Bartolomeo Fiorito usou aquele manuscrito
e outras informações tiradas do processo levado a efeito para provar o culto
imemorial da Santa.
Ainda hoje seu corpo incorrupto pode ser
venerado na Capela de Santa Zita da Igreja de São Frediano (*), em Lucca. São
milhares de peregrinos que vão visitar o seu sepulcro, e Santa Zita continua
dando-nos uma lição: num trabalho humilde se pode ganhar uma grande glória para
o Céu.
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Corpo incorrupto de Santa Zita |
Ela foi proclamada padroeira das
empregadas domésticas do mundo inteiro pelo Papa Pio XII. Santa Zita é
apresentada com uma sacola e chaves, ou com filões de pão e um rosário.
(*) São
Frediano, viveu no século VI, era príncipe da Irlanda. Foi em peregrinação a
Roma e fixou-se numa ermida no Monte Pisano, perto de Lucca. O papa elegeu-o
Bispo de Lucca, mas a diocese foi atacada pelos Lombardos. Acredita-se que São
Frediano tenha fundado um grupo de eremitas o qual se uniu ao de São João
Latrão em 1507.
Etimologia: Zita
= do toscano antigo, “menina, moça” (hoje citta).
(Fonte: Heroínas
da Cristandade)
Um comentário:
A palavra Leigo não é título, não é igual a colocar confessor ou Virgem ou mártir. Não é assim, não é título, nunca foi e nunca será.
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