Primeiro texto biográgico:
Ivo, ou melhor,
Yves Hélory de Kermartin, filho de um nobre, nasceu em 17 de outubro de 1253,
no castelo da família, na Baixa Bretanha, França. Educado e orientado por sua
mãe, muito religiosa, até a idade de catorze anos, recebeu uma sólida formação
religiosa e cultural. Nessa ocasião, decidiu continuar os estudos em Paris,
acompanhado de seu professor, João de Kernhoz.
Os próximos doze
anos foram dedicados aos estudos de teologia e filosofia na escola de são
Boaventura e de direito civil e canônico, cursados na cidade de Orleans, junto
ao famoso jurista Peter de la Chapelle. Era muito respeitado no meio acadêmico,
por sua aplicação nos estudos e devido à sua vida de piedade muito intensa.
Dessa forma, atender o chamado do Senhor pelo sacerdócio seria apenas uma
questão de tempo para Ivo.
Atuou como
destacado advogado, tanto na corte civil quanto na corte eclesiástica. Aos
vinte e sete anos, passou a trabalhar para o diaconato da diocese de Rennes,
onde foi nomeado juiz eclesiástico. Pouco tempo depois, o bispo o convocou para
trabalhar junto dele na mesma função, mas antes o consagrou sacerdote.
Ivo, aos poucos,
se despojou de tudo para se conformar de maneira radical a Jesus Cristo,
exortando os seus contemporâneos a fazerem o mesmo, por meio de uma existência
diária feita de santidade, no caminho da verdade, da justiça, do respeito pelo
direito e da solidariedade para com os mais pobres.
Seus
conhecimentos legais estavam sempre à disposição dos seus paroquianos,
defendendo a todos, ricos e pobres, com igual lisura. Foi o primeiro a
instituir, na diocese, a justiça gratuita para os que não podiam pagá-la. A
fama de juiz austero, que não se deixava corromper, correu rapidamente e Ivo se
tornou o melhor mediador da França, sempre tentando os acordos fora das cortes
para diminuir os custos legais para ambas as partes.
Essa sua
dedicação na defesa dos fracos, inocentes, viúvas e pobres lhe conferiu o
título de "advogado dos pobres". Muitos foram os casos julgados por
ele, registrados na jurisprudência, que mostraram bem seu modo de agir. Ficou
constatado que, quando lhe eram denunciados roubos de carneiros, bois e
cavalos, com a desculpa de impostos não pagos, Ivo ia pessoalmente aos castelos
recuperar os animais. Famosa também era sua caridade.
Contam os
devotos que ele tirava a roupa do corpo, mesmo no inverno, e ia distribuindo
aos pobres e mendigos, indo para sua casa muitas vezes só com a camisa. Diz a
tradição que, certa vez, deu sua cama a um mendigo que dormia na porta de uma
casa e foi dormir onde dormia o mendigo.
Por tudo isso,
sua saúde ficou comprometida. Em 1298, a doença se agravou e ele se retirou no
seu castelo, o qual transformara num asilo para os mendigos e pobres ali
tratados com conforto, respeito e fervor. Morreu em 19 de maio de 1303, aos cinquenta
anos de idade. O papa Clemente VI declarou-o santo 1347. Ele é o padroeiro da
Bretanha, dos advogados, dos juízes e dos escrivães.
Segundo texto biográfico:
Infância
Nasceu em 17 de
outubro de 1253, perto de Treguier, na baixa Bretanha, França. Seu nome, Yves
Hélory, (Helori ou Heloury) era filho do lorde Helory de Kermartin e Azo Du
Kenquis. Era de família da pequena
nobreza, com educação apurada e cristã.
Quando termina
os primeiros estudos é enviado em 1267 com 14 anos de idade à Universidade de Paris,
onde estudou teologia, tendo a oportunidade de ser aluno do grande e famoso
Santo Tomás de Aquino.
Juventude e estudos
Participou com
São Boaventura de várias conferências aprendendo o espírito franciscano, depois
foi para Orléans em 1277, onde se especializou em Direito Civil e Direito
Canônico, voltando posteriormente para a Bretanha.
A profissão de Advogado
Foi conselheiro
jurídico e juiz eclesiástico, trabalhando como juiz episcopal em 1280, na
arquidiocese de Rennes, cidade capital de Ducado da Bretanha por quatro anos,
depois volta para Tréguier. Julgava todo tipo de litígio, contratos, heranças,
casos matrimoniais, menos os processos criminais.
Sacerdote e advogado
Em 1824, foi
ordenado Sacerdote a convite de seu Bispo, continuando a trabalhar como
advogado e juiz, multiplicando suas atividades, pois naquele tempo ainda era
permitido varias atividades para o sacerdote, e muitas pessoas se recorriam a
ele. Obteve o título de "Advogado
dos Pobres" por sua intransigente defesa dos menos favorecidos,
construindo até um hospital onde ajudava a cuidar dos doentes pessoalmente,
pois era terceiro Franciscano.
Vida de oração
Gostava de
passar a noite em vigília alimentando-se apenas de pão e água. Essas noites ele
passava em estudo e orações, mas também saía à procura dos mais necessitados
para pregar, orientar, ajudar com seu dinheiro os mais pobres. Com isso, Ivo
conseguia o respeito e a admiração de todos.
Falecimento
Santo Ivo de
Kemartin (como também era conhecido) morreu aos 50 anos de causas naturais em
19 de maio de 1303. Está sepultado na Catedral de Tréguier, onde é objeto de
devoção dos fiéis até os dias de hoje.
Canonização
No ano de 1347 a
pedido de Bispos e autoridades civis, após processo de investigação conduzido
pelo Vaticano, o Papa Clemente VI, com a solene Bula de 19 de maio, assinada em
Avignon, proclama Ivo inscrito no catálogo dos Santos e confessores, sendo
venerado como Santo da Igreja Católica. Sua festa é anualmente no dia 19 de
maio.
Santo Ivo era da Ordem Franciscana Secular. Daí sua representação com o cordão de São Francisco. |
Representação
A igreja de
Sant’Ivo Allá Sapienza em Roma (Itália) é dedicada a Santo Ivo.
Sua imagem é
representada com uma bolsa na mão direita por todo o dinheiro que ofertou aos
pobres, e um papel enrolado na outra, por causa de seu oficio de advogado e
magistrado. Outra representação do Santo é entre um homem rico e um pobre.
Legado para a humanidade
A criação da
Instituição dos Advogados dos Pobres, como a Defensoria Pública dos dias
atuais, foi inspiração de Santo Ivo, que sempre defendeu as causas dos pobres,
viúvas e menos favorecidos. Por isso, em vários países, na data de seu
falecimento comemora-se o dia da Defensoria Pública. A Constituição brasileira
em seu artigo 134 e parágrafo único foi uma das pioneiras a instituir no mundo
a Defensoria Pública, realizando, de certa forma, o sonho de Santo Ivo.
Devoção
No Brasil existe
uma relíquia de Santo Ivo, doada pelo Bispo de Saint-Brieuc em Tréguier, para o
Bispo de Santa Maria no Rio Grande do Sul. Ela está na capela em honra ao
Santo, na cripta do Santuário da Medianeira de todas as Graças, com o altar
inaugurado em 19 de maio de 1986, local de peregrinação de muitos fiéis e de
muitos advogados do Brasil.
Ele é o Patrono
dos advogados, dedicando toda a sua vida à defesa dos pobres e fracos contra os
poderosos, conquistando o respeito de todos. Umas de suas grandes frases era:
"Jura-me que sua causa é justa e eu a
defenderei gratuitamente".
Oração a Santo Ivo:
Glorioso Santo
Ivo, lírio da pureza, apóstolo da caridade e defensor intrépido da justiça. Vós
que, vendo nas leis humanas um reflexo da lei eterna, soubestes conjugar
maravilhosamente os postulados da justiça e o imperativo do amor cristão, assisti,
iluminai, fortalecei a classe jurídica, os nossos juízes e advogados, os
cultores e intérpretes do direito, para que nos seus ensinamentos e decisões,
jamais se afastem da equidade e da retidão.
Amem eles a
justiça, para que consolidem a paz; exerçam a caridade, para que reine a
concórdia; defendam e amparem os fracos e desprotegidos, para que, posposto
todo interesse subalterno e toda afeição de pessoas, façam triunfar a sabedoria
da lei sobre as forças da injustiça e do mal.
Olhai também
para nós, glorioso Santo Ivo, que desejamos copiar os vossos exemplos e imitar
as vossas virtudes. Exercei junto ao trono de Deus vossa missão de advogado e
protetor nosso, a fim de que nossas preces sejam favoravelmente despachadas e
sintamos os efeitos do vosso poderoso patrocínio. Amém.
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