A Bem-Aventurada foi contemplada por muitas visões místicas do Senhor e de Nossa Senhora |
A vida da Beata
Verônica de Binasco pode ser lida num dos numerosos volumes conservados na
preciosa biblioteca do mosteiro de Santa Rita de Cássia. A biografia publicada
em Foligno, no longínquo 1709, recorda a figura de uma esposa de Cristo
perfeita, um modelo de verdade evangélica.
Verônica nasceu em Binasco, cidade entre
Pavia e Milão, em 1445. Foi batizada com o nome de Joana. Pertencia a uma
família de lavradores pobres, mais rica de virtudes do que de bens tirados da
terra. Devido à pobreza, seus pais precisaram colocá-la muito cedo para
trabalhar no campo. Em vez de dar ouvidos às conversas mundanas e às canções
populares, ela se entregava às orações e parecia alheia a tudo o que se passava
ao seu redor. Esta flor de virtude iria desabrochar na vida religiosa.
Movida pelo ardente desejo de entrar para
a família das Irmãs Agostinianas de Santa Marta, em Milão, Verônica dedicou uma
parte de suas noites a aprender a ler e a escrever, condição necessária para
ser admitida no convento.
Seus esforços foram em vão e,
desencorajada, ela se queixou à Virgem Santíssima, que lhe apareceu, dizendo:
“Minha filha, não se inquiete; você precisará aprender apenas as três lições
que eu trago do Céu. A primeira é a pureza do coração, que nos leva a amar Deus
acima de todas as coisas; você deve ter apenas um amor, o de meu Filho. A
segunda é a de não murmurar contra os defeitos do próximo, mas suportá-los com
paciência, orando por ele. A terceira é meditar todos os dias a Paixão de Jesus
Cristo, que a aceita por Sua esposa”.
A partir desse momento, Verônica não se
preocupou mais com o alfabeto e os livros, mas encontrou o caminho da “ciência
dos santos”. Finalmente foi recebida entre as irmãs convertidas de Santa Marta
em 1466.
O seu leito consistia em um saco de palha;
usava o cilício e seus hábitos não eram adaptados ao frio. O alimento era
insípido e renunciou ao vinho. Mas Verônica distinguiu-se não apenas pelas
virtudes mais brilhantes, mas pelos dons os mais extraordinários. Seus olhos
eram infinitas fontes de lágrimas. Frequentemente, nosso Senhor lhe aparecia.
Certa feita, Ele recitou o Ofício Divino com ela; outra vez, Ele Se mostrou a
ela pregado na Cruz, a cabeça coroada de espinhos, o rosto pálido e
desfigurado, o corpo coberto de chagas. Esta visão fez Verônica desmaiar. Os
demônios a atormentavam de mil maneiras, procurando aniquilar uma virtude tão
heroica, mas seus ataques serviram apenas para aumentar os méritos da
religiosa.
Sofreu intensas dores em êxtases durante anos. Ela teve um visão de
Cristo em 1494 quando recebeu uma mensagem para o Papa Alexandre VI. Fez a
viagem para Roma para entregar a mensagem que o papa recebeu com admiração pela
sua notável exatidão e coerência vindo de uma irmã sem profundos conhecimentos
dos Evangelhos.
Todos os dias, durante um ano, um santo
venerado pela Igreja a cada dia lhe aparecia e instruía. Os Anjos a serviam e,
durante os três anos que precederam sua morte, um destes espíritos celestes lhe
trazia, às segundas, terças e quartas-feiras de cada semana, um pão que a
saciava, tirando-lhe o gosto por qualquer outra comida. Sua vida, envolta em
maravilhas, foi coroada por uma santa morte, cujo dia e hora Verônica havia
predito.
Depois de um doença de seis meses, faleceu
em 13 de janeiro de 1497 em Milão. Beatificada pelo Papa Leão X em 1517, em
1672 o Papa Clemente X estendeu sua devoção a toda a Ordem Agostiniana.
Fontes:
www.santiebeati.it; Abade L. Jaud, Vida dos Santos para todos os dias do ano
(Vie des Saints pour tous les jours de l'année), Tours, Mame, 1950.
http://hagiosdatrindade.blogspot.com.br/2010/01/santa-veronica-de-binasco-ou-de-milao.html
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